quarta-feira, 10 de outubro de 2012

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Nem nas minhas criatividades mais longas e distantes eu poderia nos imaginar. Quem quer que diga que adivinha o futuro, aposto que também não nos imaginaria. O que é raro é bem guardado, não é? A surpresa vem do fundo, do inesperado e daquilo que, superficialmente, vê-se quase nada. Depois a gente vai adentrando aquele mundo e descobrindo mais da outra pessoa e de si mesmo. Descobertas que eu, você e o mundo todo morre de medo. A nossa covardia acaba nos levando adiante, a sua mão que eu encontrei no meio do caminho é tão nervosa quanto a minha, eu sei. Perder o controle é tão típico do amor… Perder a noção do tempo, perder a cabeça, perder a segurança, perder o caminho de volta: perdemos muito para ganharmos no amor. Ainda não há lucro ou vantagem maior, não se produziu nada que vencesse ou que nos tirasse mais de nós mesmos. Nunca se sabe de onde sairá o par da nossa vida ímpar. E comigo, quem poderia adivinhar? Contigo, quem? Conosco, nesse nosso plural bonito: quem? Você não me inspira textos. Você me mata de saudade que brota em palavras. Você cala a minha solidão e dá voz aos meus sonhos. Mas, afinal, quem pode nos adivinhar daqui para frente? Vamos escrevendo a história que nem nós imaginávamos e estendendo um dia a mais tantas páginas e memórias. Se me perguntarem de qual história eu gosto mais, direi a nossa. E se perguntarem como é a nossa, direi que nem a gente sabe. Lá do alto, de onde ninguém pode nos ver, eu te digo - com a voz que você tanto diz gostar -, meu amor: a nossa previsão é de muitos beijos em chuvas de verão.




 — Camila Costa. 

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